Não é de hoje que modismos alimentares transformam nossos hábitos mas, nos últimos anos, as dietas restritivas têm ganhado um espação. É só olhar em volta que a gente percebe: as prateleiras vão enchendo de produtos “zero um monte coisas” e surgindo um monte de ingredientes complicados. Ultimamente, os campeões de rejeição são o glúten e a lactose. Em nome de uma vida saudável, esses nutrientes foram condenados e não tiveram nem chance de se defender. Só que, quando não tem questões específicas, como intolerâncias ou doença celíaca, ninguém comprovou de verdade que essa decisão é melhor para saúde.
Esse comportamento ficou tão evidente que até as poderosas indústrias de alimentos sentiram o baque e ficaram curiosas para saber o que estava acontecendo. Uma pesquisa recente mapeou as razões por que os brasileiros estão tirando do cardápio glúten e lactose e optando por itens que nem fazem parte da nossa cultura só que prometem bem-estar num passe de mágica. A razão encontrada tem menos de saúde e mais de boa forma. Emagrecer é a principal motivação das mudanças drásticas no cardápio.
Conhecer um pouquinho mais sobre eles é importante para fazer escolhas conscientes.
A chia era uma célebre desconhecida até virar um superalimento. Ela é mesmo um cereal cheio de nutrientes que faz bem pra todo mundo, mas além de cara, ela não tem muito sabor. Incluir na alimentação uma boa variedade de cereais faz o mesmo bem para a saúde e ainda mais para o paladar dos pequenos.
Uma frutinha desidratada, cor de rosa e a peso de ouro. O goji berry faz bem sim: é cheio de vitamina C e anti-oxidantes. Mas não tem nada a ver com os hábitos alimentares dos brasileiros, tanto que é cara e difícil de encontrar. Um bom punhado de morangos frescos e vermelhinhos tem os mesmos benefícios e não pesam no bolso.
omo toda gordura, mesmo as do bem, o óleo de coco tem um monte de propriedades positivas, mas deve ser consumido com moderação. Ele não é lá muito diferente de óleos e azeites saudáveis, apesar de ser bem mais caro. Pode sim, incluir na alimentação, mas o ideal é variar o tipo de gordura nos preparos.
O caso é que, apesar de saudáveis, pode não ser tão simples adequar esses alimentos em nosso dia a dia. Além de bem caros, os novos salvadores do pratinho estão tão longe de nossos hábitos que pode ser difícil convencer os pequenos dos seus benefícios.
Ser saudável está na moda. E emagrecer parece ser o grande objetivo de todo mundo, quando se trata de alimentação. Tudo bem que a obesidade é um problemão entre adultos e pequenos, mas transformar alimentos em vilões pode não ser a solução para criar pessoinhas saudáveis. Talvez buscar opções e variedade apresentando para as crianças uma cultura alimentar rica, de acordo com os hábitos da família e sem exageros, pode ser o caminho do meio para uma vida com muito sabor. A verdade é que formula mágica não existe, não.