Como fazer o filhote a gostar de verduras desde cedo

A gente sabe que comer verduras é muito bom para a saúde, mas porque nossos pequenos podem ser tão resistentes? A ciência explica!

Coma as verduras!

Se você nunca usou essa frase com a criançada, já deve ter ouvido quando era pequeno. Estimular a turminha a comer folhas parece uma das mais difíceis tarefas da criação de um pequenino bom de garfo.
São tantas caretas e línguas pra fora que às vezes dá vontade de desistir ou, pior ainda, obrigar a criançada a comer e fazer da hora do papá uma sinfonia de choros e reclamações.

por que é sempre assim?

Essa falta de interesse dos pequenos pelas folhas tem uma explicação biológica, as crianças muito pequenas precisam de quantidades elevadas de calorias, por isso, buscam os sabores doces, por exemplo, como preferidos. Mas, quando os filhotes vão crescendo, tem outros fatores que entram em jogo para complicar ainda mais o colorido do pratinho. Uma pesquisa americana mostrou que a ausência de vegetais verdes escuros nos alimentos prontos desenvolvidos para a infância pode ter relação como esse comportamento.

Um potinho de problema

No estudo, foram examinados os ingredientes e nutrientes de 548 alimentos. Desse número, apenas 52 eram compostos exclusivamente por vegetais e nenhum pelos verde-escuros. Quando eram compostos por ingredientes variados, as frutas eram as principais escolhas, seguidas de vegetais vermelhos e alaranjados, como cenoura e batata-doce. As verduras escuras estavam na lista de ingredientes de apenas 1% dos potinhos. E é aí que está a raiz do problema: os pequenos não são expostos cotidianamente a esse sabores e, por essa razão, não desenvolvem o paladar para o amarguinho.

E é aí que está a raiz do problema: os pequenos não são expostos cotidianamente a esse sabores e, por essa razão,não desenvolvem o paladar para o amarguinho.

Verde de esperança

Que as comidinhas prontas não são a melhor opção, a gente já sabia. Mas a constatação dos cientistas  é importante até para os papais e mamães pilotos de fogão: mesmo entre caras feias e torcidas de nariz é preciso insistir em novos sabores. Aproveite o início da introdução alimentar para variar bastante os alimentos oferecidos para o bebê. Até 1,5 mais ou menos, eles tem uma tendência maior de aceitar experiências diferentes.

A partir dos dois anos, a negociação pode ficar mais difícil, mas não se desespere! Se conseguir segurar a ansiedade, não use telas, não force e não ofereça outro alimento no lugar (especialmente se for aqueles industrializados feitos para nocautear o paladar da criançada). Uma boa opção dada pelo pediatra Daniel Becker é começar oferecendo pedaços muito pequenos do alimento para a criança e, gradualmente ir aumentado a quantidade. Ele explica direitinho como fazer neste vídeo.

Claro que o sabor amargo é muito mais complexo para os pequenos do que os sabores doces, que eles já conhecem desde a amamentação. Mas construir o paladar é algo que leva tempo e persistência. Se quiser ideias para incluir os verdinhos no cardápio, confira as receitas deste post. E aí, no futuro, nossos gourmetzinho vão agradecer.

O Gourmet Jr recomenda a consulta de um profissional especializado em caso de dúvida quanto a qualquer informação disponível no portal.